quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Amazônia pode 'morrer' em 50 anos, diz estudo

G1
A floresta amazônica poderia 'morrer' em 50 anos por causa de mudanças climáticas provocadas pelo homem, sugere um estudo internacional publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.

Segundo o estudo, muitos dos sistemas climáticos do mundo poderão passar por uma série de mudanças repentinas neste século, por causa de ações provocadas pela atividade humana.

Os pesquisadores argumentam que a sociedade não se deve deixar enganar por uma falsa sensação de segurança dada pela idéia de que as mudanças climáticas serão um processo lento e gradual.

'Nossas conclusões sugerem que uma variedade de elementos prestes a 'virar' poderiam chegar ao seu ponto crítico ainda neste século, por causa das mudanças climáticas induzidas pelo homem', disse o professor Tim Lenton, da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, que liderou o estudo de mais de 50 cientistas.

Segundo os cientistas, alterações mínimas de temperatura já seriam suficientes para levar a mudanças dramáticas e até causar o colapso repentino de um sistema ecológico.

O estudo diz que os sistemas mais ameaçados seriam a camada de gelo do mar Ártico e da Groelândia, em um ranking preparado pelos cientistas, que inclui os nove sistemas mais ameaçados pelo aquecimento global.

A floresta amazônica ocupa a oitava e penúltima colocação no ranking. [Mais.]

Groenlândia e Amazônia dão aviso sobre aquecimento

Reuters
OSLO (Reuters) - O aquecimento global neste século pode provocar um degelo desenfreado da camada de gelo da Groenlândia e o apodrecimento de árvores da Amazônia, entre outros efeitos, segundo estudo divulgado na segunda-feira por cientistas da Grã-Bretanha, Alemanha e Estados Unidos.

Em artigo publicado na revista Proceedings, da Academia de Ciências dos EUA, eles pedem aos governos que dêem mais atenção a pequenas mudanças que podem levar a alterações catastróficas, como o degelo do Ártico no verão ou perturbações nas monções do Índico.

'A sociedade pode ser seduzida para a falsa sensação de segurança das projeções brandas da mudança global', disse o artigo.

'A maior e mais clara ameaça é no Ártico, (onde) a perda do gelo marinho no verão deve ocorrer muito antes --e potencialmente contribuir com-- o derretimento da capa de gelo da Groenlândia', escreveram os cientistas.

'Elementos de alerta nos trópicos, na zona boreal e no oeste da Antártida estão cercados por grande incerteza', acrescentaram os cientistas, para quem há possibilidade de mais mudanças abruptas do que as apontadas e um relatório de 2007 do Painel Climático da ONU.

Catadores recolhem óleo usado e ajudam a despoluir o meio ambiente

Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma iniciativa simples pode se mostrar ecologicamente correta e, ao mesmo tempo, gerar renda para quem a executa. Foi com esse pensamento que um grupo de catadores do Rio de Janeiro resolveu criar em 2005 a cooperativa Disque Óleo Vegetal.

Eles começaram recolhendo óleo e gordura de todo tipo, utilizado em frituras por bares, restaurantes e residências e agora já expandiram a coleta para igrejas, colégios e redes de supermercado, como a Rede Economia.

O produto coletado é vendido para empresas de reciclagem de materiais, para fabricação de sabão e biodiesel. Entre essas empresas estão a Fábrica de Sabão Neutral e a empresa Comanche, que atuam em São Paulo e na Bahia, respectivamente.

O idealizador do projeto, Lucinaldo Francisco da Silva, o Caio, informou à Agência Brasil que a cooperativa completa três anos no próximo dia 17 de fevereiro.

O serviço de coleta é 100% gratuito e, em alguns casos, quando a quantidade de óleo supera 300 litros - que é o caso do recolhimento em bares e restaurantes - o doador pode receber R$ 0,30 por litro de óleo recolhido ou trocar por produtos de limpeza. “Quem doa o óleo também é beneficiado”, disse o criador da cooperativa.

Segundo Caio, mesmo nas residências é simples armazenar óleo, em vez de jogá-lo no ralo da pia da cozinha ou no esgoto, por exemplo, o que acaba poluindo os rios e sufocando os peixes, afetando o ecossistema.

“Nas residências, a gente está aconselhando as pessoas a juntar (o óleo ou gordura que seriam jogados fora) em garrafas pet de dois litros. Quanto tiver pelo menos três garrafas, o motoqueiro vai até o local e recolhe”, disse Caio. A cooperativa recolhe uma média de 150 mil a 170 mil litros por mês. [Mais.]

Plataforma de lixo gigantesca bóia no Oceano Pacífico

Há pouco o Mielle perguntou: "Já passou lá no blog hoje?". Não, o dia foi uma correria. Viajo amanhã e este vai ser, provavelmente, o único post nos próximos sete dias. "Então, nem te conto! Dá uma olhada...".

Fui ver e fiquei boquiaberta com o que li. O Mar Morto está secando! Dá pra crer? No mês de janeiro,"o nível do mar diminuiu 20 centímetros, quatro vezes mais do habitual", disseram os especialistas, que alertaram também que "o fenômeno persistirá, caso medidas não sejam tomadas urgentemente". A escassez de chuvas e a construção de represas quadriplicou a previsão de redução das águas deste que é, na verdade,
um lago.

Pra ter uma idéia do estrago, basta saber que "a superfície do lago já diminuiu dos 1.000 quilômetros quadrados, registrados no princípio do século 20, para 650 quilômetros quadrados atualmente (quase metade!), o que representou uma redução no nível de água de mais de trinta metros" (para saber mais, clique aqui).


"Que coisa horrorosa!", comentei, meio abobada. Pois é, mas a notícia não era esta... "Ai, meu Deus! Pode haver coisa pior?", pensei, incrédula. E não é que há? Não sei dizer se é pior, mas é tão inacreditável quanto: uma imensa plataforma de lixo, medindo duas vezes a extensão do território norte-americano, "bóia" ao norte do Oceano Pacífico!...

Que tal? Uma "sopa de lixo" gigantesca, pra encher a barriga de todos os que ainda acham isso tudo de ambientalismo uma baboseira, etc. e tal.

Fiquei - e ainda estou - estupefata! Aí fui ler a matéria. E o que encontro? Mais uma notícia impressionante: "Lixo no Líbano forma montanha de 20 metros de altura". Só pra ilustrar e responder à pergunta: "como é que pode"?



Pode quando os governos ignoram que é preciso dar um destino para o lixo que o homem produz, quando não consideram o destino do lixo uma prioridade e durante anos vão empilhando os dejetos nos lixões.



Esse aí, no Líbano, com 20 metros de altura e 300 metros de extensão, foi "cultivado" durante os últimos 25 anos e está muito bem localizado... na beira do mar! Segundo a matéria, "
correntes do Mediterrâneo levaram os dejetos a praias de países tão distantes como Turquia e França".

Assim é que pode, com o passar do tempo (neste caso, 25 anos!), contribuir com os ingredientes para o preparo do nosso indigesto sopão!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Portela sai em defesa do ambiente na Sapucaí



G1
A escola tentará conquistar um título com o tema ambiente, destacado pelo aumento da preocupação com o aquecimento global.

A Portela está há 24 anos sem conquistar um título do Grupo Especial. Para brigar pelo título, a escola quer representar a fauna e a flora que ainda resistem às ameaças.

O desfile começa com duas alegorias acopladas no carro abre-alas para mostrar a beleza que existe nas profundezas das águas. Como canta o refrão principal do samba da escola -- “Eu sou a água, sou a terra, sou o ar / Sou Portela” --, os três elementos da natureza servem de inspiração para os próximos setores do desfile de Madureira.

O segundo carro, referente à água, traz esculturas de baleias, arraias e outros seres marinhos que habitam os oceanos. Já no do ar, o quarto do desfile, destaques serão posicionados bem no alto da alegoria -- tudo para simular uma verdadeira revoada de pássaros em plena Avenida.

A águia, símbolo da agremiação, não poderia estar de fora da abertura da escola. Em 2008, ela virá sem movimentos, mas batendo um recorde: será, segundo o carnavalesco Cahê Rodrigues, a maior que já passou pela Sapucaí, com 23 metros de comprimento.

O continente africano também tem destaque no enredo da escola. “A África é considerada o coração do mundo, mas seu povo sofre com muitas mazelas, como a fome e doenças”, afirma o carnavalesco. Na alegoria, um enorme gorila recebe os lideres das nações, que darão as mãos em volta de um globo terrestre para pensar num mundo melhor.

Confira o samba-enredo da escola.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Bioética e a Síndrome de Avestruz



Não dá pra fazer-de-conta que não está acontecendo. A realidade está aí. E tem muito mais no noticiário da TV pra nos fazer pensar do que apenas as conseqüências nefastas do aquecimento global. Os avanços da medicina e das novas tecnologias nos surpreendem a cada dia, levantando discussôes éticas que já não podem mais ser ignoradas.

Uma matéria publicada na edição online do jornal O Estado de S. Paulo torna claro que já passou da hora dessas questões deixarem os bancos acadêmicos ou a comunidade científica e passar a constar na pauta do dia de todos nós, em casa, na escola, na empresa, e principalmente, nos debates políticos.

Podem os laboratórios se adonar das patentes dos medicamentos tornando mais caro o tratamento médico para doenças que até poderiam não mais existir? É possível tolerar que quase não se avance em produtos para combater as doenças da velhice porque a indústria farmacêutica fabrica drogas que mantêm vivos os pacientes, mas não curados, por ser mais lucrativo do que curar a doença e perder o consumidor? E o que fazer das populações idosas, que se tornarão maiores a cada dia? Dever-se-ia pensar em controle de natalidade?

Uma pessoa que teve o cérebro reconstruido através das novas tecnologias, mas não recuperou a memória afetiva, pode ser considerada a mesma pessoa e manter-se casada com outra de quem sequer lembra mais? Devemos estabelecer novos parâmetros para definir o que é a morte, ou a vida?

E essa, então, que realmente nunca havia me ocorrido: seria correto combater a cremação de cadáveres porque essa prática contribui para o aquecimento global?

Pois é... Essas e outras questões perturbadoras foram abordadas pela revista New Scientist (13/10/2007), numa série de ensaios de personalidades do mundo científico. Enfie a cabeça num buraco ou leia a entrevista aqui.