domingo, 3 de fevereiro de 2008

Bioética e a Síndrome de Avestruz



Não dá pra fazer-de-conta que não está acontecendo. A realidade está aí. E tem muito mais no noticiário da TV pra nos fazer pensar do que apenas as conseqüências nefastas do aquecimento global. Os avanços da medicina e das novas tecnologias nos surpreendem a cada dia, levantando discussôes éticas que já não podem mais ser ignoradas.

Uma matéria publicada na edição online do jornal O Estado de S. Paulo torna claro que já passou da hora dessas questões deixarem os bancos acadêmicos ou a comunidade científica e passar a constar na pauta do dia de todos nós, em casa, na escola, na empresa, e principalmente, nos debates políticos.

Podem os laboratórios se adonar das patentes dos medicamentos tornando mais caro o tratamento médico para doenças que até poderiam não mais existir? É possível tolerar que quase não se avance em produtos para combater as doenças da velhice porque a indústria farmacêutica fabrica drogas que mantêm vivos os pacientes, mas não curados, por ser mais lucrativo do que curar a doença e perder o consumidor? E o que fazer das populações idosas, que se tornarão maiores a cada dia? Dever-se-ia pensar em controle de natalidade?

Uma pessoa que teve o cérebro reconstruido através das novas tecnologias, mas não recuperou a memória afetiva, pode ser considerada a mesma pessoa e manter-se casada com outra de quem sequer lembra mais? Devemos estabelecer novos parâmetros para definir o que é a morte, ou a vida?

E essa, então, que realmente nunca havia me ocorrido: seria correto combater a cremação de cadáveres porque essa prática contribui para o aquecimento global?

Pois é... Essas e outras questões perturbadoras foram abordadas pela revista New Scientist (13/10/2007), numa série de ensaios de personalidades do mundo científico. Enfie a cabeça num buraco ou leia a entrevista aqui.

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