quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Internet móvel: a banda larga da Claro em 40 cidades brasileiras

INFO Online
"Nas contas da Claro, a cobertura de 3G da operadora já alcança uma população de 35 milhões de pessoas, espalhadas por 40 cidades brasileiras. Mas o que vem por aí para aproveitar o 1 Mbps de velocidade nominal nos celulares e modems?

Nos bastidores da operadora, um time de cerca de 30 pessoas trabalha para identificar novos serviços para a banda larga móvel, das videochamadas à TV por streaming. Até fevereiro, quem comandou essa operação foi o engenheiro eletrônico Marco Quatorze, de 43 anos, diretor de serviços de valor agregado e roaming da Claro. Ele conversou com a INFO de malas prontas para o México, onde agora responde pelo lançamento de novos serviços de todo o grupo mexicano América Móvil, o controlador da operadora brasileira.

INFO - Qual é a cobertura da rede 3G da Claro hoje?

QUATORZE - Começamos com o 3G em novembro, nas cidades de Recife, Fortaleza, Brasília e na região de Porto Alegre. Em dezembro, lançamos o serviço em São Paulo e no Rio de Janeiro. Hoje são 40 cidades — e suas regiões metropolitanas. Cobrimos aproximadamente 35 milhões de pessoas com a rede 3G.

A que velocidade dá para navegar?

Na prática, estamos prometendo uma velocidade de até 1 Mbps. A rede está preparada para chegar a até 3,6 Mbps, mas essa é a velocidade máxima teórica.

Quantos modelos de celulares suportam o 3G?

Temos disponíveis nove aparelhos, dois modems e uma placa PCMCIA.

Que novos serviços vão surgir?

O que tem chamado mais a atenção é a videochamada, que permite fazer a ligação com transmissão de vídeo de um celular para outro. Para isso, os dois aparelhos precisam ser 3G e ter o recurso de videochamada — além de estar dentro da zona de cobertura da rede 3G. Na tela do celular aparecem duas imagens: a maior mostra o que o outro telefone está mandando e a menor, no cantinho, mostra o que está sendo enviado.

Que outros serviços estão ganhando terreno com o 3G?

A internet móvel em banda larga vem tendo grande aceitação. Com um modem que se conecta ao laptop e pode ser levado para qualquer lugar, o usuário pode acessar a internet a 1 Mbps, desde que esteja numa zona de cobertura 3G. E é muito fácil e rápido usar serviços como o Google Maps porque dá para carregar mapas com grande nível de detalhes numa velocidade muito boa. Por isso, a internet móvel está ganhando cada vez mais espaço.

E a TV no celular?

Esse é outro serviço disponível em 3G. Não é TV digital; é streaming, no conceito de IPTV. No 3G, a imagem chega a 15 quadros por segundo. Nós temos acordo com vários canais (Bloomberg, CNN International, MaxxSports, Fashion TV, Cartoon Network, Climatempo, Discovery Móvel, A&E e History Channel), mas o serviço não está tendo muita procura dos usuários. É que as pessoas querem os canais nacionais e as emissoras de TV — com exceção da Band — não estão com muita disposição para oferecer esse serviço. Elas querem ir para a TV digital. Só que a TV digital no celular tem um problema: ainda não existe um aparelho compatível com o padrão de TV digital do Brasil que funcione também como telefone.

Mas a Globo está fazendo testes com um modelo da Samsung...

Sim, mas o aparelho só vai ser fabricado se houver demanda. O problema é que o padrão de TV digital escolhido para o Brasil é baseado no ISDB japonês e o padrão de telefonia celular que nós usamos — o GSM — é europeu. Essa combinação não existe no mercado. O GSM não é usado no Japão e o ISDB não é utilizado na Europa. Então, vai ser preciso fazer um aparelho especificamente para o Brasil. E nós somos um mercado pequeno em relação ao mundo. Isso cria um problema de escala, que vai ter que ser resolvido — o que pode levar um pouco mais de tempo e custar muito mais caro. [Mais.]


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