segunda-feira, 21 de julho de 2008

Bush empurra passivo ambiental para sucessor

Abril.com
"Os ambientalistas americanos se declararam, neste sábado, contra a decisão do governo do presidente George W. Bush de adiar qualquer decisão sobre os gases causadores do efeito estufa, deixando qualquer reflexão importante sobre o tema para o próximo ocupante da Casa Branca.

O adiamento foi decidido depois que, no ano passado, a Suprema Corte afirmou que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) deveria estabelecer formas de regular as emissões de gases provocadores do efeito estufa feitas por veículos.

Em um relatório de 588 páginas, divulgado na sexta-feira, a agência se eximiu dessa responsabilidade, declarando que, dada 'a complexidade e magnitude do assunto', há dúvidas sobre se 'os gases causadores do efeito estufa podem ser, efetivamente, controlados sob uma Lei do Ar Limpo'.

O diretor da EPA, Stephen Johnson, disse que, em vez de tentar conseguir um consenso 'em temas de grande complexidade, polêmica e debate legislativo ativo', decidiu publicar os pontos de vista de outras agências e abrir uma discussão sobre o texto por um período de 120 dias.

O administrador da EPA, Stephen Johnson, escreveu que a regulação da emissão desses gases, em qualquer magnitude, poderia causar "uma ampliação sem precedentes da autoridade da EPA, que teria efeito em, praticamente, todos os setores e afetaria todos os lares do país".

Para o conselheiro da ONG Sierra Club, David Bookbinder, a declaração da agência não faz mais do que ressaltar a "total falta de credibilidade de Johnson".

"O povo americano, o Congresso, os líderes mundiais e até os funcionários de carreira do governo estão contando os dias que faltam para que termine esse governo, e um novo presidente repare os danos que Bush causou e continua causando durante quase uma década de tempo perdido, tempo que não poderíamos ter desperdiçado", criticou Bookbinder, também em nota divulgada.

Em 2007, a Suprema Corte determinou que a EPA deveria considerar os gases de efeito estufa como poluidores e, conseqüentemente, agir. A decisão da Corte foi uma resposta a uma ação judicial apresentada pelo estado de Massachusetts (leste) e mais uma dúzia de estados e grupos ambientalistas para determinar se a agência tinha autoridade para regular esses gases."

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