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Já pensou nisso? E olhe que não estamos nos referindo àqueles vírus virtuais que danificam a memória, destroem arquivos e alteram o funcionamento da máquina. O papo aqui é sobre microorganismos que se instalam principalmente no teclado e acabam provocando doenças que você nem imagina.
Muita gente tem mania de fazer lanchinhos em frente ao computador, digitando um trabalho, navegando na internet ou batendo papo pelo Messenger. É o seu caso? Pois saiba que as migalhas do seu sanduíche vão favorecer a proliferação dos micróbios que se abrigam no teclado.
E então você e todos os usuários da máquina estarão sujeitos a contrair alguma doença transmitida por vírus ou bactérias.
Esses seres indesejáveis foram detectados em mais de 90% dos 50 computadores examinados em um hospital carioca. E quem deu o flagra foi uma dupla de especialistas da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, o microbiologista João Carlos Tórtora e a bióloga Vanessa Batista Binatti.
“Resolvemos investigar esse ambiente porque hoje em dia até na UTI tem computador”, conta Vanessa. “E, se não houver cuidados básicos de limpeza, essas máquinas se transformam em agentes de contaminação.
Para surpresa dos pesquisadores, a maioria dos computadores estava completamente fora dos padrões de higiene estabelecidos, diga-se, por microbiologistas. “Chegamos a encontrar até 19 vezes mais fungos e 11 vezes mais bactérias por centímetro quadrado do que a quantidade que seria aceitável em qualquer outro ambiente que não o hospitalar”, relata João Carlos Tórtora, espantado com tal nível de contaminação em uma instituição de saúde.Entre os micróbios presentes nos teclados estavam duas bactérias a Staphylococcus, que costuma estar envolvida em reações inflamatórias, e a Enterococcus, que provoca infecções e em geral faz do intestino humano seu hábitat. É terrível, mas isso leva a crer que tem muito profissional da saúde que nem sequer se dá ao trabalho de lavar as mãos direito depois de ir ao banheiro!
Segundo Vanessa, embora a pesquisa tenha envolvido apenas computadores de um hospital, os resultados obtidos podem e devem ser extrapolados para casas e empresas.
“A única diferença é a resistência dos microorganismos, que, nesses casos, tende a ser menor do que a encontrada num centro de saúde”, afirma. “Mesmo assim, mãos sem higiene acabam provocando várias doenças, como infecção intestinal, conjuntivite, terçol, sinusite e otite”, enumera a bióloga.
“Sem contar que um simples corte na pele muitas vezes serve de porta de entrada para os micróbios.” E aí adivinhe um furúnculo ou uma espinha dão as caras.
Além das bactérias e dos fungos, alguns vírus se alojam no teclado. E aí quem botar os dedos nele tem grandes chances de se infectar. “Se uma pessoa gripada espirrar ou tossir na frente do computador, o próximo a usá-lo até 48 horas depois pode fi car doente”, afi rma o biomédico Roberto Figueiredo, que se tornou famos como o Dr. Bactéria.
Pois é, esses bichinhos resistem bravamente e mais tempo do que se imagina. “Sem alimento, eles vivem em média dois dias”, afirma João Carlos Tórtora. “No entanto, se encontrarem comida, são capazes de se multiplicar infi nitamente.”
Então, nada de matar a fome enquanto escreve um texto, manda e-mails ou navega na internet, o.k.? “Lavar as mãos antes e depois de usar o computador também ajuda a evitar contaminações”, recomenda o infectologista Edson Abdala, do Hospital das Clínicas de São Paulo. [Leia+]
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