"As mudanças no clima do planeta só entraram na agenda internacional quando a imprensa superou o preconceito para com ambientalistas e cientistas que há anos alertavam para o problema e se engajou na cobertura do tema.
Por Carlos Tautz*
Deu-lhe primeiras páginas, investiu na procura de especialistas e destacou os cenários sombrios do IPCC, o grupo de centenas de cientistas reunidos pela ONU para avaliar a questão. Resultado: a opinião pública, os políticos, os gestores públicos e as grandes empresas privadas finalmente tiveram de se pronunciar, e o assunto não sai mais da pauta.
Esse fato mais uma vez evidencia o papel central da imprensa no debate sobre grandes temas do desenvolvimento, embora os meios de informação resistam em assumir essa responsabilidade histórica. Esta omissão, entretanto, pode ter começado a mudar a partir do momento em que a mudança climática começou a ser dissecada em sua amplitude e complexidade e ganhou corações e mentes mundo afora..
Durante o II Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que terminou ontem em Porto Alegre, José Antônio Marengo, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), confirmou a centralidade da imprensa na mobilização da sociedade pela busca de soluções para os problemas causados pelas alterações no clima.
Além de informar que o governo brasileiro finalmente começa a esboçar um plano nacional para políticas do clima, Marengo, que é um dos principais cientistas a pesquisar as mudanças climáticas no Brasil, acredita que a cobertura do tema, embora tenha resvalado no sensacionalismo (com manchetes do tipo "o mundo vai acabar!), foi "adequada"." [Mais.]
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