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A influência dos aerossóis na formação de nuvens e sua conseqüente relação com o clima da Terra é uma das principais questões a serem resolvidas pelos cientistas para compreender as mudanças climáticas.
A afirmação é de Paulo Artaxo, professor titular e chefe do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
“Conhecemos pouco sobre a ciência que está por trás dos aerossóis, mas essas partículas são determinantes para entender os impactos das mudanças climáticas no planeta”, disse Artaxo à Agência FAPESP durante o 11º Congresso Brasileiro de Geoquímica, encerrado na sexta-feira (26/10), em Atibaia (SP).
Segundo ele, a grande concentração de nuvens no Brasil torna ainda mais expressivos tais estudos. Os aerossóis podem ser formados naturalmente pelas florestas ou emitidos por ação antropogênica. Da emissão por queima de combustíveis fósseis às altas taxas de desmatamento na Amazônia, é perceptível a influência do homem no aumento da concentração dessas partículas na atmosfera.
No Brasil, 75% das emissões decorrem das queimadas na Amazônia, daí a concentração dessas partículas naquela região. De acordo com Artaxo, os aerossóis têm grande influência na formação de nuvens e na fotossíntese das plantas.
O físico explicou que as partículas geradas pelas queimadas fazem as vezes de núcleos de condensação na atmosfera, unindo gotículas suspensas no ar para que elas precipitem em forma de chuva. Quando o ar está saturado dessas partículas, no entanto, as gotículas não conseguem se unir. São formadas grandes nuvens que não precipitam.
“As nuvens têm grande importância no resfriamento da atmosfera, pois refletem a radiação solar de volta ao espaço”, contou. As queimadas no arco do desmatamento, no leste da Amazônia, formam uma grande pluma de aerossóis que reduz a radiação solar por onde passa. “O efeito de retirada de calor dessa nuvem é mais de 20 vezes maior do que o aumento do calor provocado pelos gases do efeito do estufa. [Leia+]
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